Fabrício Queiroz, o motorista dos Bolsonaros. Foto: Reprodução
Publicado originalmente no blog Tijolaço
POR FERNANDO BRITO
O áudio revelado agora de manhã pela Folha, onde o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, o operador das rachadinhas e milicianos no gabinete do Filho 01 na Assembleia do Estado do Rio de Janeiro, um dia depois daquele em que aparece sugerindo nomeações de R$ 20 mil em gabinetes do Congresso, por influência do ex-chefe, pode ter duas finalidades, diametralmente opostas.
A de ser um recado para os seus chefes, que o teriam abandonado, sem defesa e homiziado em algum lugar de São Paulo ou, ao contrário, por isso mesmo, mostrar uma distância dele que os proteja das investigações.
Primeiro, ele valoriza o seu passe, lamentando não estar em condições de continuar funcionando como miliciano político do clã:
Com ele(s) lá em Brasilía eu podia estar que nem você, andando, aí dava para investigar, infiltrarBotar um calunga (informante) no meio deles, entendeulevantar tudo? A gente mesmo levantava essa parada aí
Depois lamenta o suposto abandono em que se encontraria:
É o que eu falo, o cara lá está hiperprotegido. Eu não vejo ninguém mover nada para tentar me ajudar aí. Ver e tal É só porrada. O MP [Ministério Público] tá com uma pica do tamanho de um cometa para enterrar na gente. Não vi ninguém agir
Diz que o uso do Twitter, dirigido por Carlos Bolsonaro é uma tolice e recomenda usar Sergio Moro para partir para cima de Rodrigo Maia:
É f, cara, aí não dá para entender. ()Tão fazendo chacota do governo dele, Rodrigo Maia está esculachando. Rodrigo Maia, meu irmão, p As declarações dele humilham o Jair, Jair tinha de dar uma porrada neste filho da pBotar o Sergio Moro para ir no [en]calço dele, porque tem pica na bunda dele aí, antiga, cara
E reclama que a pressão da imprensa fez Bolsonaro afastar funcionários antigos, como a ex-babá Cileide (Barbosa Mendes), empregada no gabinete de Carlos Bolsonaro:
Na época, o Jair falou para mim que ele ia exonerar a Cileide porque a reportagem estava indo direto lá na rua e para não vincular ela ao gabinete. Aí ele falou: Vou ter que exonerar ela assim mesmo. Ele exonerou e depois não arrumou nada para ela não? Ela continua na casa em Bento Ribeiro?
Manifesta, como se nada tivesse acontecido, o seu desejo de assumir o PSL no Rio, controlado por Flávio assim que essa ventania tiver passado para burilar o partido e faz questão de dizer que jamais irá trair o clã presidencial.
Seja qual for as intenções de começarem a surgir os áudios do desaparecido, uma coisa é certa: a família presidencial brasileira é um caso de milícia.
Ouça os áudios: