Rob?tica vem gerando frutos pífios para Alagoas
O Estado do Piauí, sempre visto como o “primo pobre” do Nordeste, apresenta dados evolutivos e indicadores de gestão interessantes. Na área das ciências exatas, com foco para tecnologia e robótica, há uma política efetiva de qualificação dos professores. De 2015 para cá, contabilizam-se mais de treze mil cursistas nesse campo.
E os frutos aparecem na Olimpíada Brasileira de Robótica, onde os jovens piauienses conquistam medalhas, garantem destaque no ranking nacional e contam com suporte do Estado. Nem vamos aqui pensar em Pernambuco como referência, que, em 2012, já se tornava pioneiro em robótica educacional.
Enquanto Estados, como o Piauí, ofertam a seus estudantes condições dignas para abrir as portas ao futuro, a robótica educacional em Alagoas entranhou-se numa espécie de encrenca de última geração. Foram R$ 16 milhões investidos em kits pelo caminho da inexigibilidade licitatória. Cada kit custou o espantoso valor de R$ 59 mil. O negócio está sob investigação, pois auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) – há recursos federais nessa transação – detectaram favorecimento e fuga de processo licitatório.
No chão da escola, onde os alunos vivem a dura realidade do serviço ineficiente prestado pela Educação do Estado, o reflexo está na dificuldade para quem busca o conhecimento digital e tenta escapar do analfabetismo analógico. É lamentável constatar: na dita política educacional de Renan Filho e Luciano Barbosa, a robótica também se depara com falta de equipamentos e professores, “softwares” desatualizados e ausência de uma política efetiva de qualificação dos docentes nessa área.
Na política de Renan, robótica se depara com situação precária
Como se vê, a área “high tech” do governo do Estado anda meio encrencada. E as dúvidas sobre a correta aplicação do dinheiro do contribuinte também se avolumam, pois o governador e seus secretários decidiram não tratar publicamente de temas indigestos, mesmo que eles envolvam o erário. E, assim, a vida segue sem ninguém saber, por exemplo, quando os polos tecnológicos vão funcionar de verdade. Muito menos quando a promessa, referente à “política estadual de inovação e tecnologia na Educação”, sairá do cotidiano virtual do governador para virar ganho real na vida dos jovens alagoanos.
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